Poli 19:  Veleiro Paraolímpico Brasileiro

O Poli 19 é o primeiro veleiro brasileiro desenvolvido para atender, prioritariamente, às necessidades de velejadores com deficiências físicas, sem, no entanto, restringir seu uso a qualquer outra pessoa. Seu projeto inédito resulta de uma colaboração entre o Departamento de Engenharia Naval e Oceânica da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), com financiamento da Finep e apoio do Comitê Paraolímpico Brasileiro, o qual Franklin Lotufo foi um dos projetistas, juntamente com os professores Alexandre Simos e André Fujarra.

Concebido para tornar a prática da vela acessível a todos, o Poli 19 apresenta uma configuração singular: é um barco para até três tripulantes, com design focado na ergonomia, na segurança e na facilidade de manobra. Com amplo espaço livre no cockpit e controles acessíveis, permite que velejadores com mobilidade reduzida conduzam a embarcação de maneira totalmente independente e segura.

Entre os diferenciais técnicos do Poli 19, destacam-se:

1. Cockpit: Compacto e estrategicamente dimensionado para permitir fácil movimentação e adaptações específicas de acessibilidade.
2. Controles: Bem posicionados e acessíveis, possibilitando que o velejador controle o barco com precisão e mínimo esforço físico.
3. Plataforma: Ampla e segura, facilita o embarque, desembarque e circulação a bordo, inclusive para usuários de cadeiras de rodas.
4. Casco: Moderno e eficiente, projetado com auxílio do VPP/USP (Programa de Predição de Velocidades de Veleiros).
5. Convés: Plano e desobstruído, com cabos embutidos que não interferem na movimentação dos tripulantes.
6. Banco: Ergonômico, com apoio especial para acomodar o tronco do velejador e evitar escorregamentos.
7. Quilha: Retrátil, com bulbo, para proporcionar estabilidade adicional sem comprometer a praticidade de transporte e operação.

Além da funcionalidade voltada para a acessibilidade, o Poli 19 revela-se também extremamente ágil, estável e competitivo, representando uma nova visão para a democratização da vela. Ele foi projetado não apenas para treinos e competições paraolímpicas, mas também para o lazer e a formação de novos velejadores, reforçando o espírito inclusivo e inovador da modalidade. Virou classe reconhecida pela FEVESP.